quinta-feira, março 31, 2016

Repostagem - APÓSTOLOS OU APÓSTATAS?

“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças” (I Timóteo 4.1-4).

Em seu ministério Paulo lutava incansavelmente contra os hereges de sua época, pessoas que pregavam mentiras e coagiam seus seguidores a se abster de alimentos, a utilizar certos tipos de roupas, de rejeitarem a comunhão com pessoas estranhas a sua crença, entre tantas outras coisas que a criatividade humana era capaz de inventar. Desde sempre há pessoas que, dizendo-se portadores de “revelações especiais” – muitas vezes exclusivas – estão direcionando seus rebanhos a caminhos de engano e de morte, arvorando-se como profetas de uma nova era cristã e prometendo milagres e grandes prodígios, além de prosperidade, poder e prestígio para seus discípulos, esquecendo-se e desviando-se totalmente dos ensinamentos de Cristo, legislando em benefício próprio.

A televisão tornou-se pior para o Evangelho do que já foi antes. Todo cristão, com pouco mais de dez anos de fé, deve ser capaz de se lembrar de discussões a respeito da necessidade de se ocupar este espaço de influência massiva, de se criar programas evangélicos onde seria divulgada a boa nova de salvação ao mundo. Hoje, pessoas que tiveram um encontro verdadeiro com Cristo, lamentam-se em suas casas ao verem a preciosa mensagem da graça de Deus ser descaradamente transformada em produto da economia capitalista. Tudo não passa da descoberta de um excelente nicho de mercado, onde com grandes porções de sentimentalismo e uma boa dose de curandeirismo vendem-se lencinhos sagrados, águas bentas, óleos santos e todo tipo de “bugiganga gospel”.

Da televisão para os templos suntuosos, observa-se nesses cultos uma autoridade auto-imposta onde o líder “determina” bênçãos de prosperidade e cura, tornando Deus em mero amuleto de poder donde fluem as forças necessárias para os “profetas” realizarem seus grandes feitos. Nesse caso a soberania de Deus deixa de existir e é Ele quem passa a obedecer ao superpregador infalível, imbatível e determinador do destino dos seus fiéis. São homens e mulheres que recebem cada vez mais adoração e louvor que o próprio Senhor Jesus Cristo. São novas versões do bezerro de ouro, só que ainda não experimentaram a ira de Deus.

Dentre tantas coisas observáveis na Bíblia, referentes à volta de Jesus, a apostasia declarada no texto que introduz este artigo é aí observada muito claramente. Pois, quem deseja viver uma fé de deleites, de acúmulo de bens materiais, de poder e futilidades, está vivendo um evangelho diferente e estranho ao texto das Sagradas Escrituras. Quem vive esse falso evangelho onde as pessoas são mais importantes pelo que tem e não pelo que são, que ignoram seus semelhantes por excessivo amor a si mesmos, já abandonaram a mensagem cristã verdadeira e apostataram da fé. Tais pessoas nunca foram realmente alcançadas e transformadas pela ação graciosa do Espírito Santo. Paulo fez duras afirmações contra essas pessoas que manipulam e modificam o Evangelho em benefício próprio: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema” (Gl 1.8,9). 

Muitos pensam estar na Igreja, mas, estão em instituições apóstatas e anátemas, que pregam um evangelho de licenciosidade e de abandono aos ensinamentos de Cristo e de seus verdadeiros apóstolos, tais como:

Mat 6:25 – “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”
Mat 6:33 – “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.”
O exemplo de Zaqueu – Luc 19.8 -  “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado”. Abriu mão da riqueza para seguir a Jesus.
O péssimo exemplo do jovem mancebo – Mat 19.21 – Jesus tratando com o Mancebo de Qualidade quando diz: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo que tens, e dá aos pobres; E terás um tesouro nos Céus; e vem, e segue-me”.
Jo 13.34,35 – “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
1Tim 6:10, 17-19 - Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; Que façam bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente, e sejam comunicáveis; Que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
1Tim 2.5 – “Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem”.  Esses falsos profetas não podem assumir uma postura de mediadores, pois, só há um Mediador e este é o Cristo.
Há muitos outros textos que podem corroborar com a denúncia contra o falso (e maldito) evangelho que tem sido propagado no Brasil e no mundo, seja pela televisão, rádio ou instituições locais. Mas, para quem apostatou da fé, para quem nunca se tornou uma nova criatura e tem sua atenção voltada unicamente para a materialidade terrena, é inútil citar textos porque é como lançar pérolas a porcos (Mt 7.6). Mas, não se pode ficar calado diante de tal apostasia, heresia e blasfêmia, vale a denúncia contra os falsos profetas e a exortação que fica para os santos: 

“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24).

terça-feira, março 22, 2016

Pastoral - SOBRE O AMOR - Parte IV

O Dom Supremo de Deus

Enfim, não há nada mais magnífico na expressão poética da inspiração divina, do que o magistral relato do apóstolo Paulo sobre o amor, no capítulo 13 de I Coríntios. Tal discurso não poderia ter outra fonte senão o Pai das Luzes, que é a expressão própria e única fonte do verdadeiro amor.
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará” (I Co 13.1-8).
Nenhum talento, ou dom espiritual; nem todo o conhecimento, ou a fé; nem as boas obras, ou o martírio em prol de uma nobre causa, têm algum valor sem o amor. No amor se encontra a paciência e a benignidade, no amor o ciúme e a soberba se apagam; no amor há doação, mansidão e perdão; o amor anda junto da verdade. “Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (v. 7). Como Deus, o amor é eterno, sempre existiu e dura para sempre!

O amor é o dom supremo de Deus, que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O amor é o mandamento maior de Deus, expresso em Cristo: “O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.12,13).

“E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele” (I Jo 4.16). Portanto, irmãos, “guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna” (Jd 1.21), não fazendo acepção de pessoas e perseverando em praticar o que nos foi ensinado.

domingo, março 20, 2016

Pastoral - SOBRE O AMOR - Parte III

Em Busca da Perfeição

Na Bíblia o diferencial mais evidente no cristão autêntico é o seu amor pelos que lhe causam contrariedades, o amor que ele é capaz de demonstrar por aqueles que se declaram seus inimigos, segundo o exemplo do próprio Cristo.

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” Mt 5.43-45.

Diferentemente de somente não desejar o mal a seus inimigos, o amor é, como vimos no texto acima, uma questão de atitude que traga benefícios às pessoas. Jesus não aceita que sejamos bons e amáveis somente com os que retribuem nossa amizade e amor, mas também, e principalmente, com os que nos odeiam. Pois, se assim agíssemos, não seríamos iguais aos ímpios? “E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo?” (Mt 5.47).

Como filhos de Deus, como pessoas que possuem frutos do Espírito Santo, como indivíduos que têm uma natureza espiritual, o Senhor não exige de nós nada menos que a perfeição: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.48). Tal perfeição é a capacidade que temos, pelo Espírito de Deus, de superar o ódio, o rancor e a indiferença, orando em favor dos que se declaram nossos inimigos e, na medida do possível, restabelecendo com eles novos laços de paz e de amor.

Todos sabemos o quanto isso é difícil, mas, ao pronunciarmos publicamente nossa fé isso nos traz uma responsabilidade, no mínimo, de tentar realizar o que nos é ensinado. Abaixo um grande e precioso exemplo disso.






sexta-feira, março 18, 2016

Pastoral - SOBRE O AMOR Parte II

As Quatro Sementes

A Bíblia instrui que no dia em que fomos alcançados pela graça do Senhor, fomos transformados em novas criaturas. Recebemos um coração de carne em substituição ao coração de pedra, e neste coração Deus escreveu a sua lei; o Senhor nos deu um novo espírito, o seu próprio Espírito que hoje habita em nós; somos o seu povo e Ele é nosso Deus. Com isto recebemos o selo do Espírito Santo, que é o penhor de nossa salvação.

Em Gálatas 5.22,23, Paulo nos ensina acerca do fruto do Espírito Santo, também derramado no coração dos que amam a Deus: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”. Com relação à unidade espiritual da igreja, Paulo nos ensina na carta aos Efésios que existem quatro sementes especiais, que se tornarão frutos para a manutenção do vínculo da paz:
“Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.2,3).
A humildade, a mansidão e a longanimidade são três características muito importantes para o bom relacionamento entre as pessoas e um excelente exemplo a ser dado pelos cristãos: (1) Humildade  vida e morte, serviço e sacrifício, sem se preocupar com a reputação ou reconhecimento; (2) Mansidão  submissão, suavidade no trato, docilidade de caráter; (3) Longanimidade  firme paciência no sofrimento ou infortúnio, não deseja vingar-se do mal; (4) Suportar em amor  ser clemente com a fraqueza dos outros, não deixando de amá-los (amor incondicional, amor ágape).

Devemos nos encher do Espírito Santo para sermos solo fértil, produzindo esse fruto, e assim seremos uma igreja que agrada ao Senhor e que não faz acepção de pessoas.

quinta-feira, março 03, 2016

Pastoral - SOBRE O AMOR - Parte I




Atitude é Essencial

Philip Yancey, um escritor e jornalista cristão, disse uma vez que as palavras têm uma tendência a se deteriorarem com o tempo, por causa do mau uso. Amor é uma dessas palavras que na boca de algumas pessoas perdem totalmente seu significado.

Muitos confundem amor com sentimentalismo, com carícias, com palavras de elogio, ou crêem firmemente que o ato sexual é uma prova pontual de amor. Outros acham que amar é nunca contrariar alguém querido, que é satisfazer todos os seus desejos, quando muitas vezes é necessário repreender a quem se ama para por fim em situações perigosas.

A maioria dessas coisas compõe um ato de amor, mas sozinhas não o definem, não o compreendem. João nos ensina que o amor cristão é de verdade e é a verdade:

“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos. Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, não amemos só de palavras, mas de fato e de verdade” (I Jo 3.16-18).

Esta fórmula indica dois aspectos essenciais do amor: para ser autêntico, deve traduzir-se em atos concretos; mas só será verdadeiramente cristão, se prolongar nas vidas o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo (v. 16), tal demonstração de amor aconteceu quando Jesus deu sua vida por nós na cruz. Esse amor é verdadeiro, pois teve um motivo honroso e conseqüências maravilhosamente reais em nossas vidas. Tal amor é, portanto, a própria expressão da fé derramada sobre o indivíduo cristão e compartilhada por ele (II Jo 1-2). 

O amor deve ser operoso e deve incluir nossos bens materiais. O verso 17 nos ensina que devemos abrir nosso coração em favor dos necessitados, que devemos nos preocupar com os socialmente oprimidos. Amar assim é ser a verdade (v. 19; cf. Jo 18.37); A palavra de Deus é a verdade, Deus é a verdade; Deus é amor e sua palavra a verdade de onde reconhecemos seu amor.