terça-feira, fevereiro 24, 2009

SUPLEMENTO ARQUEOLÓGICO - A REVOLTA DOS MACABEUS

NOVAS INSCRIÇÕES ENCONTRADAS NO PARQUE NACIONAL DE BEIT GUVRIN-MARESHA REVELAM MAIS INFORMAÇÕES SOBRE A ESTELA REAL DO MUSEU DE ISRAEL (16/2/2009)

A Estela de Heliodoro com todos os seus pedaços restaurados – Foto: Peter Lenny, Museu de Israel em Jerusalém



As inscrições, encontradas pelo Dr. Ian Stern do “Seminário Arqueológico” na escavação da Autoridade de Antiguidades de Israel , relata a revolta dos Macabeus


Uma inscrição real grega – “A Estela de Heliodoro” – que consiste de 28 linhas escritas em uma pedra calcária, foi exibida no Museu de Israel, Jerusalém, dois anos atrás, cedida por Michael e Judy Steinhardt, Nova York. É considerada uma das inscrições antigas mais importantes encontradas em Israel. Recentemente, três fragmentos menores de uma inscrição grega foram encontrados em uma escavação da Autoridade de Antiguidades de Israel em Maresha, localizado dentro do Parque Nacional de Beit Guvrin, na supervisão do doutor Ian Stern e Bernie Alpert. Foi o doutor Dov Gera (da Universidade de Ben Gurion do Negev), quem estudou as inscrições para ele apresentadas pelo doutor Stern, e que determinou que os fragmentos foram de fato a porção mais baixa "da Estela de Heliodoro". Esta descoberta confirmou a suposição que a estela originalmente esteve em um dos templos no Parque Nacional de Maresha-Beit Guvrin (hoje). Os novos fragmentos foram descobertos em um complexo subterrâneo por participantes no Instituto de Seminários Arqueológicos, no programa "Cavando durante um Dia".


Como publicado pelo professor Cotton and Wörle, em 2007, esta estela real de pedra contém a proclamação do rei selêucida, Seleucus IV (irmão de Antiochus IV), e data de 178 aC. O conteúdo da estela traz luz sobre o governo selêucida e seu envolvimento com templos locais, mencionando um nome individualmente, Olympiodoro, apontando-o como supervisor dos templos em Coele Síria-Fenícia, incluindo a Judéia. A ordem do rei foi enviada para Heliodoro, que provavelmente é a mesma pessoa mencionada em II Macabeus 3. De acordo com a história em Macabeus, Heliodoro e o representante do rei Seleucus IV, tentaram roubar o tesouro do tempo de Jerusalém, mas, em vez disso foram severamente derrotados, resultado de intervenção divina. Três anos depois Seleucus IV foi assassinado e sucedido por seu irmão Antiochus IV que consequentemente emitiu um édito da perseguição contra o povo judeu, provocando a Revolda dos Macabeus.


Em resumo, pode ser determinado que esta estela real originada na cidade de Maresha, acrescenta evidência arqueológica importante e contexto histórico para entender o período que conduz até a Revolta dos Macabeus, um evento celebrado cada ano nas férias de Hanukah. O doutor Ian Stern, o diretor de escavação, em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel acrescenta, “esta descoberta é o fruto de um esforço conjunto da parte dos Seminários Arqueológicos, do programa “Cavando durante um dia” e a Autoridade de Antiguidades de Israel. Além do pessoal do Natureza de Israel e da Autoridade de Parques, no Parque Nacional de Beit Guvrin”.


A estela do Museu de Israel foi uma publicação de H. Cotton e M. Wörrle (2007, Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik) e a porção encontrada na escavação de Maresha será publicada em breve pelo Dr. (próximo, Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik( .


Para maiores informações:


Omri Gal, Israel Nature and Parks Authority, 057-2212270

Meyrav Shay, Israel Antiquities Authority, 052-4284408, meyrav@israntique.org.il

Fonte: Autoridade de Antigüidades de Israel


TRADUÇÃO DA ESTELA:


Dorymenes para Diophanes, saudações. A cópia da carta entregue a nós por Heliodoros, que está encarregado dos assuntos é fechada (?) (anexada? foi encerrada?). Você fará bem, se você tiver o cuidado de executar tudo segundo as instruções.


Ano 134 (isto é 178), 22 do mês de Gorpiaios


Heliodoros a Dorymenes, meus cumprimentos de irmão. A cópia que da ordem do rei acerca de Olympiodoros entregou-nos é colocada em baixo. Você fará bem, se você tiver o cuidado de executar tudo segundo as instruções.


Ano 134, 20 (?)do mês de Gorpiaios


Rei Seleucos a Heliodoros, meus cumprimentos de irmão. Tenha consideração máxima da segurança dos nossos assuntos, e pense ser este o mais importante assunto de nosso reino quando os que vivem na nossa monarquia dirigem as suas vidas sem medo, e, ao mesmo tempo, crendo que nada pode prosperar se não for por causa da boa vontade dos deuses. No início fizemos disso nossa preocupação para assegurar que os santuários fundados por outros sátrapas recebam as honras tradicionais com o cuidado que convém a eles. Mas desde os assuntos em Coele Síria-Fenícia, eles necessitam que indiquemos alguém para cuidar deles (isto é, dos santuários) . . . Olympiodoros . . .


Fonte: http://www.library.upenn.edu/cajs/fellows08/cotton-transcription.html



quarta-feira, fevereiro 11, 2009

QUANDO VIRÁ TEU REINO SENHOR?

“Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 3.2).

Na história de Israel narrada nas Sagradas Escrituras, observamos uma jornada de muitas lutas e sucessivas colonizações daquele povo por parte de nações mais organizadas e mais fortes (Assíria, Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma). Ou, como no caso do relato de José até Moisés Justificar(Gn 37–Ex 15), de maneira circunstancial, Israel esteve sob o domínio Egípcio tendo sido escravizado por uma questão de sobrevivência. Tudo isso promoveria a construção de um arcabouço cultural baseado em uma grande diversidade de cosmovisões, e também um profundo ressentimento de, mesmo sendo o povo escolhido de Yahweh, precisarem viver uma angustiante expectação pela vinda de um messias que os levaria ao triunfo sobre os seus inimigos e, enfim, o domínio político-religioso sobre todos os povos.

Foi sob o domínio de Roma que surgiu Jesus, o nazareno, com a mensagem de que o Reino dos céus havia chegado. Depois de séculos de dominação e, naquele momento, sob o jugo de um povo arrogante e violento, um homem que não era participante de nenhuma das várias seitas judaicas da época surge com a mensagem que todos aguardavam. Estariam contados os dias de angústia vivida por aquele povo?

Naquele ambiente de extrema tensão, o que se pode observar foi a acusação, condenação e morte do Messias. Ninguém, sob todas as circunstâncias vividas até ali, poderia acreditar que um nazareno, filho de um tipo de artesão, poderia ser o libertador político-religioso de Israel. Menos ainda, que tal homem pudesse ser o Filho de Deus. Além disso, sua mensagem não era nenhum incentivo ao povo para que se rebelasse contra seus algozes e, pegando em armas, lutassem por sua liberdade. Ele era manso, humilde e suave, alguém que se relacionava com os marginais e os curava, perdoando também seus pecados. Não andava preocupado com riquezas, ao contrário, ensinou que deveríamos manter nosso foco somente em uma coisa: o Reino dos céus.

Foram poucos os que creram e compreenderam sua mensagem, mas, foram eles que desfrutaram de sua maravilhosa presença e experimentaram de fato que o Reino dos céus havia chegado. Aqueles que andaram com Jesus sabiam que seus ensinamentos possibilitavam viver, ainda neste mundo, a realidade do Reino prometido e confirmado por Deus a seu povo, por meio de Cristo. Pois seus olhos não estavam fitos em “coisas”, não em poder ou prestígio, prosperidade e “vantagens” ocasionadas por forças espirituais, não no hedonismo, nem no mercado, etc. Seus olhos estavam fixos em algo maior, melhor e que está ao nosso alcance.

Veja, seriam as trevas capazes de dissipar a si mesmo? Seria a violência capaz de eliminar a si mesmo, apesar de haverem tratados e justificativas para guerras justas? Seria o preconceito capaz de suicidar-se? Claro que não! Todas as atitudes que o homem tem tomado e todas as direções que ele segue não são para seu benefício próprio e, sempre e não só muitas vezes, há sempre alguém que é sacrificado pelo bem “da maioria” para que seus objetivos sejam alcançados? Veja o exemplo do Mercado. Pode alguém sem capacitação técnica almejar boas profissões, salários fartos e excelentes condições de trabalho? Não seriam essas posições de pessoas que já são possuidoras de riquezas que viabilizam seu preparo para ocuparem, por “herança”, essas vagas? Claro que sim. Ou será que alguém crê que uma grande massa de brasileiros, sem educação, saúde e segurança, que moram em barracos e morrem de fome vão chegar lá? Não é este o caminho.

O Reino dos céus é para: (1) os pobres de espírito (porque deles é o Reino dos céus); (2) os que choram; (3) os mansos; (4) os que têm fome e sede de justiça; (5) os misericordiosos; (6) os limpos de coração; (7) os pacificadores; e (8) para os que sofrem perseguição por causa da justiça, pois dedicam sua vida à preservação da vida, dignidade e direitos de seus semelhantes e de seu planeta. Não sendo preconceituosos e nem exclusivistas, apontando o dedo para seu semelhante sem antes olhar para si mesmo. O Reino dos céus pode ser vivido hoje por aqueles que se libertam de sua religiosidade e passam a ouvir os ensinamentos de Jesus e praticá-los sem reservas, amando aqueles que a maioria das denominações cristãs exclui de seus templos. Quando nós formos capazes de observar o centro da mensagem de Jesus Cristo, praticando-o com aqueles que hoje desprezamos, viveremos aqui na terra a realidade do Reino dos céus.

O Reino dos céus já chegou para quem vive em Cristo, com Cristo e para Cristo, ou seja, quem vive para seu Deus e seu próximo. Desta forma: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei* a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.34,35). Só o amor pode destruir o ódio, a violência e a guerra, promovendo a paz; só o amor de Deus em nós é a luz que dissipa as trevas de nossa existência. Vale o esforço?

* Jesus nos amou dando sua vida por nós na cruz do Calvário.